Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes. (Jeremias 33:03)

domingo, 3 de julho de 2011

Análise do filme "Todo Poderoso"

"Estão brincando com Deus, não há reverência, nem temor, e com Deus não se brinca, Ele é fogo consumidor"
A comédia Todo Poderoso (título original: Bruce Almighty) foi mais um sucesso de bilheteria que chegou aos cinemas para competir com o filme Matrix Reloaded. Todo Poderoso passou a ser comentado e divulgado pela imprensa em geral. E quando a mídia quer, ela vende até esterco enlatado como se fosse barra de ouro.
O ator Jim Carrey faz o papel de Bruce Nolan, um repórter de televisão em Buffalo, Nova Iorque, que está descontente com quase tudo na vida, apesar do amor de sua namorada Grace (Jennifer Aniston). Ao término do pior dia de sua vida, Bruce fica irado, passa a xingar e reclamar de Deus, e Ele responde.
Deus aparece em forma humana (o ator Morgan Freeman) vendo na angústia de Nolan uma oportunidade para tirar férias. Ele diz para Bruce ficar no Seu lugar, por algum tempo e lhe transfere Seus poderes divinos. Deus deixa a jurisdição da área de Buffalo sob a responsabilidade do Seu substituto. Bruce fica deslumbrado com todos aqueles poderes e passa a resolver seus probleminhas pessoais.
Zombando de Deus
Quando Bruce passa a ser "Deus", inicia-se um festival de idiotices que leva a platéia às gargalhadas. O que se apresenta na tela seria realmente hilariante, se não fosse espiritualmente trágico. Bruce Nolan, como "Deus", é extremamente debilóide.
Em uma cena, Nolan está ingerindo uma sopa de tomates e resolve separá-la sem tocá-la. Um forte vento sopra dentro do pequeno restaurante, o líquido avermelhado corre para os lados do prato e surge um espaço (um caminho) livre no meio da sopa. O forte vento e a sopa dividida em duas metades assemelha-se à abertura do Mar Vermelho, por onde o povo de Deus passou com os pés em seco. "Grande! Triunfante, Bruce!" A platéia se deleita.
O escárnio prossegue: o "Deus" abilolado faz com que o seu cachorrinho se assente na privada lendo jornal e transforma seu carro amassado em uma Ferrari para seu bel-prazer. "Magnífico, Bruce!" A platéia se derrete. A profanação continua: "Deus" faz com que um membro de uma gangue malvada, literalmente "defeque um macaquinho". Mais: quase indo à loucura com os sons de várias vozes (orações), Bruce decide se livrar delas respondendo positivamente a todos os pedidos e o caos é instalado na cidade de Buffalo. "Generoso e engenhoso, Bruce!" A platéia funga de tanto rir. Mesmo que, ao término do filme, Bruce tenha percebido o quão difícil é ser Deus, tomar conta de tudo que ocorre em uma cidade e responder a todas as orações, a gozação em cima de Deus já estava completa.
Mesmo que, ao final, se passe a mensagem verdadeira e louvável de que ser Deus não é tarefa que o ser humano deva almejar ou suportar, essa película cinematográfica peca em ridicularizar o que não deve ser objeto de brincadeira. Mesmo que, no apagar das luzes, Bruce tenha aprendido a amar sua namorada e tenha havido a intenção de mostrar uma mensagem cristã de que o homem não está qualificado para o cargo de Deus, a maior parte do filme passa uma mensagem anticristã.
Conclusão
Ninguém passa incólume por imitar e zombar de Deus. Bruce, ou qualquer outro ser humano que postule o papel de Deus, desconhece a inviabilidade técnica, moral e ética do ser humano pleitear a posição do Todo-Poderoso. Bruce, do ponto de vista cristão, é um louco, pois zomba do pecado (Provérbios 14.9) e desconhece, ou não considera, as conseqüências dos seus atos: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6.7). "Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10.31).
Como membro desta raça humana corrupta que necessitou da salvação trazida por Jesus Cristo, concluo esta análise com grande temor e tremor diante do Único, Maravilhoso e Insubstituível Todo-Poderoso. Faço minhas as palavras paulinas em Romanos 11.33-36: "Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém". (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa - http://www.chamada.com.br)